produção de cimento consome quantidades enormes de energia. Além da busca de maior eficiência energética na produção, engenheiros buscam agora um meio de fazer com que o processo emita menos gases estufa. A última novidade é usar os resíduos da produção de biocombustível para fazer um concreto mais forte e mais verde.
Os biocombustíveis estão, como se sabe, se tornando um negócio gigante, apesar de todos os problemas ambientais e de segurança alimentar que isto possa estar causando. O concreto, também, é uma grande indústria: o mundo usa sete bilhões de metros cúbicos dele todo ano, e cada tonelada de cimento, parte essencial da mistura, emite, em processos tradicionais, mais uma tonelada de CO2 na atmosfera. A fabricação do cimento Portland contribui com 5% das emissões globais de CO2.
Feraidon Ataie, um engenheiro civil do Afeganistão, agora estudando na Universidade do Kansas, tem trabalhado com colegas na busca de soluções. Estão usando subprodutos da produção de biocombustível para que ele ocupe o lugar de pelo menos parte do cimento na mistura do concreto.
Este material seria normalmente descartado. O biocombustível feito com milho ou grãos deixa um resíduo que pode se transformar em alimento para gado. Mas o biocombustível de restos de celulose deixa um resíduo chamado lignina, que geralmente tem de ser enterrado ou queimado.
Ao adicionar 20% de lignina a seu cimento, Ataie e sua equipe conseguiram uma reação química que gera um cimento 30% mais resistente, informa o CleanTechnica.
“A ideia é utilizar subprodutos da produção de bioetanol para criar um material que funcione como um substituto parcial do cimento,” disse Ataie. “Desta forma, podemos reduzir a pegada de carbono do concreto. Há previsões de que a produção de bioetanol irá aumentar no futuro por causa da sustentabilidade. Quando a produção dele aumenta, cresce também a quantidade de subprodutos.”
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