Toda cidade precisa de boas lideranças políticas e bons líderes políticos se formam dentro da própria política.
A participação nas campanhas; o contato direto com o povo; a interferência dentro dos governos na defesa dos interesses de seus eleitores é a verdadeira escola de onde saem os líderes políticos.
Verdade que para manter-se na liderança o bom político precisa ter o respaldo do povo. Respaldo que lhe vem através das eleições. O que não significa dizer que o líder tem a obrigação de vencer todas as eleições que venha a disputar.
Dourados, assim como Ponta Porã e toda região sul do Estado, anda carente de boas lideranças políticas. Um grande esforço para fazer o vice-governador um forte líder político local foi feito quando da última eleição municipal. Claro, a intenção maior e primeira era a de colocar à frente da administração municipal um político comprovadamente competente e honesto, além disso, também fazer dele uma forte e autêntica liderança regional.
Infelizmente não deu certo e nem é interessante agora ficar lembrando o que aconteceu à cidade depois daquela eleição.
Mas é bom lembrar que Simone Tebet se reelegeu prefeita de Três Lagoas e com isso solidificou ainda mais sua liderança na região do Bolsão. Tanto que foi convidada por André Puccinelli para formar a chapa do próximo governo. Ninguém desta região, nem mesmo o vice-governador, foi convidado para participar com ele. Por quê?
Porque Simone Tebet é hoje a liderança mais expressiva no Estado. Na verdade nenhum outro nome sul-mato-grossense tem hoje peso político maior que ela para ocupar esse cargo. E foi por isso que o governador a escolheu e não simplesmente para prestigiar a região do Bolsão. O mais beneficiado nessa dobradinha é o próprio governador.
A região sul não mostrou surgimento de novas lideranças, resta esperar pelas eleições deste ano para saber se algum novo líder político surgirá por aqui.
Dos nomes em evidência hoje com maiores chances de se firmarem como fortes líderes destacam-se por enquanto, o deputado estadual Reinaldo Azambuja. Ele já é candidato à Câmara dos deputados e é um dos francos favoritos à eleição; será muito bem votado não apenas nesta região, mas em todo o Estado.
O vice-governador Murilo Zauith se realmente abraçar a candidatura ao Senado e conseguir ocupar uma das duas vagas será, com certeza, a maior liderança regional. Mesmo sua candidatura à Câmara dos Deputados que pode ser considerada sem riscos - sua eleição como deputado federal o deixaria politicamente bem mais fortalecido do que no cargo de vice-governador. Sairia da sombra do governador e do atual cargo que pouco lhe somou politicamente.
Outro político que poderá tornar-se um bom líder local, o deputado Geraldo Resende, ainda precisa disputar uma eleição municipal. Aí, sim, sua liderança se consolidará. Para vencer uma eleição majoritária terá que usar mais o coração e a cabeça e bem menos o fígado. Feito isso se tornará uma liderança regional, sem dúvida.
Um político em atividade que ainda pode aspirar uma liderança regional seria o deputado Zé Teixeira. Mas para isso teria que disputar e vencer uma eleição municipal. Sua forte personalidade o tornaria um líder regional por sua expansividade.
O ex-prefeito Laerte Tetila teve a oportunidade de ser um líder regional. Esteve à frente da segunda maior prefeitura do Estado durante oito anos e não mostrou apetência para ser uma liderança local, muito menos regional.
Do deputado Londres Machado não se pode dizer mais nada porque continua firme como a maior liderança regional, mas faz questão de dizer que não é. Do alto dos seus dez mandatos como deputado estadual vem mostrando que para chegar ao posto aprendeu tudo dentro da própria política.
*Membro da Academia Douradense de Letras, foi vereador, secretário de Estado e deputado federal.